O Parque Moveleiro de Arapongas é considerado o segundo maior do país e chega ao seu cinquentenário ostentando o orgulho de ter obtido excelentes resultados em 30 anos de política bem conduzida na atração de investimentos.
Os móveis fabricados em Arapongas conduzem a base da fama do município para todo o país, principalmente Sudeste e Nordeste. De acordo com o Presidente do SIMA, 90% dos móveis produzidos são comercializados em outros centros.
As indústrias araponguenses estão se adequando com programas de Qualidade Total e em conformidade com o meio ambiente para ocupar uma fatia no mercado internacional. Uma das exigências do mercado comum Europeu é de que os móveis apresentem o Selo Verde que assegura que o produto foi fabricado com madeira procedente de reflorestamento e para isso, há um viveiro de mudas (projeto SIMFLOR) possui 2 milhões de mudas anuais em 400 hectares de área: eucaliptos (madeira nobre para a produção de móveis), pinus e árvores nativas.
SURGIMENTO DO PARQUE INDUSTRIAL
"Até os anos 60, a Economia Paranaense era fundada no café. Chegamos a produzir mais de 30 milhões de sacas. O fator climático exercia profunda alteração no comportamento de todos os setores produtivos. Sentia-se a paralisação dos negócios imobiliários, que na área rural eram intensos. E Arapongas não podia fugir à regra geral. De maio a setembro e às vezes até outubro, a região ficava na expectativa da geada, que ocorrendo, atingia diretamente a nossa maior fonte de riqueza. Tínhamos, como Prefeito, a obrigação de mudar esse perfil. Reuni as lideranças da cidade para discutir o futuro do Município e duas opções afloraram e receberam apoio unânime dos presentes: criar o Parque Industrial, que seria o 1º do Estado, e promover um Plano Educacional, dando foros de Cultura a Arapongas. Voltados para a industrialização, tínhamos um pioneiro: o Dr. Paulo Walmor Kümmel, então radicado em Santa Catarina, cancelou a transferência de sua empresa originalmente destinada para Apucarana, e aqui a implantou. Até hoje, para nossa alegria, ele é o comandante do Moinho de Trigo de Arapongas.
Em nosso tempo foram adquiridos os primeiros imóveis, margeando a Rodovia 369 e a Rede de Viação Paraná e Santa Catarina, seguindo-se a compra de 10 alqueires, do Sr. Mario Coelho Aguiar, onde foram fixadas as primeiras empresas moveleiras, tudo começando com a MOVAL, que tinha à sua frente o sempre lembrado João Martins Cava Filho. Do senhor Ewaldo Cordeiro foi adquirida outra área praticamente igual e em seu espaço instalou-se a Indústria Gráfica Santa Terezinha, então comandada pelo inesquecível senhor Ricardo Quessada.
Dai para a frente o processo de Industrialização se tornou irreversível, surpreendendo o Paraná e sendo notícia em todo o Brasil. Deixei a administração municipal e os que me sucederam, sem exceção, mantiveram todo o ritmo e vimos surgir o maior parque moveleiro do sul do país, legítimo orgulho dos araponguenses e responsável por milhares de empregos. Justo é registrar que ao lado das indústrias moveleiras, outros investiram e colaboraram no processo de desenvolvimento industrial, citando-se a Pennachi, Prodasa e Produtos a Gosto, inclusive distribuidoras como a Uniport e Marco.
Dentro de todo o contexto, ainda conseguimos a transferência da Nortox, vinda de Apucarana para o Distrito de Aricanduva, fato de grande destaque pela sua expressão nacional e internacional, muito se devendo à visão empresarial do senhor Osmar Amaral.E o Expoara, apoiado pelo então prefeito Antonio Grassano Júnior, que estimulou sua criação e lhe destinou o imóvel, hoje é marco expressivo da nossa importância na Economia do Estado, atraindo em seus eventos os empresários brasileiros e internacionais, com uma organização impecável de Feira de Primeiro Mundo.
As gestões de João Sequeira, Adriano Romera e Manoel Estrada Gonçalves (in Memorian), à sua frente do Sindicato dos Moveleiros de Arapongas, merecem ser elogiadas, pela união da categoria, refletindo suas conquistas. Hoje, fico tomado pela emoção, quando transito pelas ruas repletas de indústrias, garantindo trabalho para a população."
Dr. José Colombino Grassano